Odontopediatria: Dicas para atender crianças na odontologia

Quem é dentista sabe que atender certos pacientes pode ser um verdadeiro desafio. Afinal, não é difícil encontrar pessoas com traumas relacionados ao dentista, o que torna o atendimento odontológico mais complicado. E na odontopediatria não é diferente.

Atender crianças na odontologia exige muita paciência, técnica, e certos protocolos para garantir a eficiência da consulta. Afinal, muitas crianças, mesmo sem já terem ido ao dentista, chegam ao consultório receosos.

Nessas horas, lidar com um pequeno paciente desconfiado pode se tornar um transtorno para você, sua equipe, os pais ou responsáveis, e claro, para a criança. 

Por isso, trouxemos algumas dicas para atender crianças na odontologia de forma segura, simples, objetiva e que não traga traumas para esse paciente.

Então se você é odontopediatra, ou tem interesse nesta área, continue lendo esse post!

Identificando o comportamento da criança

odontopediatria

É muito importante que antes de iniciar um atendimento na odontopediatria, o profissional saiba qual é o tipo de paciente que ele está lidando. Para isso, é fundamental identificar o comportamento da criança assim que ela chega ao consultório.

Essa etapa é primordial para estabelecer o tipo de comunicação necessária para que o atendimento flua da melhor forma possível. Isso influencia diretamente na consulta e na qualidade da mesma.

Outro motivo importante para identificar o comportamento da criança é incentivar atitudes positivas com o cuidado bucal. Ou seja, mostrar, utilizando a melhor comunicação, que o cuidado com os dentes é necessário.

Essa etapa também é essencial para ganhar a confiança dos pais ou responsáveis pela criança, e criar uma relação paciente-dentista que seja de confiança. Por isso, é importante se atentar ao comportamento da criança assim que ela chega ao seu consultório.

A seguir, vamos ver quais comportamentos podem ser esperados de crianças segundo as suas faixas etárias.

A faixa-etária e os comportamentos esperados 

A equipe odontológica da sua clínica precisa estar preparada para lidar com as crianças das mais variadas faixas etárias. Afinal, uma clínica de odontopediatria pode atender desde bebês até pré-adolescentes.

Segundo as fases do desenvolvimento social infantil, trazidas por Jean Piaget, algumas características são esperadas de crianças de acordo com a sua idade e . Vamos a elas:

  • De 0 a 2 anos: Chamado de estágio sensório-motor. Nesse estágio as ações ocorrem antes do pensamento e da exploração manual e visual do ambiente. Essas ações podem ser agarrar, sugar, bater e chutar.
  • De 2 a 6/7 anos: Estágio pré-operacional. A criança necessita saber o porquê de cada ação. É desenvolvida a expressão da linguagem. Não há diferenciação entre o mundo real e a fantasia. Idade mais inflexível e egocêntrica. Dificuldade em aceitar outras opiniões.
  • De 6/7 – 11/12 anos: Operações concretas. A criança consegue se solidarizar e viver em grupo. O pensamento lógico é desenvolvido se houver objetos concretos disponíveis ou se experiências sofridas forem relembradas. É aberta ao diálogo.
  • De 11/12 anos em diante: Abstração total. Cognitivamente, a criança alcançou o seu mais elevado nível de desenvolvimento. Está apta a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

Classificando o comportamento da criança

Na odontopediatria, é muito utilizada a Escala de Padrão Comportamental de Venham para classificar o comportamento do paciente infantil. Essa escala varia de 0 a 4, vejamos a seguir:

Em alguns desses casos, dependendo da classificação na escala Venham, pode ser necessário o uso de técnicas não farmacológicas para adaptação do comportamento, ou então o uso de técnicas farmacológicas.

Vamos falar sobre isso no próximo tópico.

O manejo comportamental na odontopediatria

Como dissemos anteriormente, dependendo do comportamento da criança, podem ser utilizadas técnicas farmacológicas ou não farmacológicas para tornar possível o atendimento odontológico.

As técnicas não farmacológicas envolvem técnicas comunicativas, como reforço positivo, palavras de incentivo, distração, comunicação visual, entre outras.

Já as técnicas farmacológicas podem envolver diferentes graus de sedação: mínima, moderada, profunda e anestesia geral. No entanto, essa técnica deve sempre ser levada aos pais ou responsáveis para permissão antes de aplicada, e deve constar no prontuário do paciente.

Dicas para tornar a consulta mais leve para crianças e bebês

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Depois de entendermos a classificação de comportamento, e suas técnicas para manejo, é a hora de tornar a consulta mais divertida e mais leve para esses pequenos pacientes. Normalmente, consultórios que oferecem odontopediatria tem uma decoração mais atrativa para crianças, sala de brinquedos, entre outras distrações.

Mais adiante vamos ver 5 dicas para tornar o ambiente da sua clínica mais aconchegante para crianças e bebês, tornando a ida ao dentista mais tranquila. Vamos lá?

Prepare a sua sala de espera

Antes de mais nada, é importante que sua sala de espera esteja preparada para receber as crianças, mas também os pais e responsáveis pelos pequenos. Esse provavelmente é o primeiro ambiente que a criança verá, e precisa ser atrativo para ela.

Por isso, ter brinquedos, lápis de colorir, folhas de sulfite para desenho, e até mesmo uma televisão com desenhos animados pode ser uma boa pedida para esse primeiro contato.

Outra frente importante é que seus colaboradores, seja a recepcionista ou secretária, também deixem a criança à vontade e saibam se comunicar com esse paciente. Afinal, a experiência da criança, assim como dos pais ou responsáveis começa desde a chegada a clínica.

Tenha uma comunicação lúdica

Essa é considerada uma das técnicas não farmacológicas que falamos um pouco mais acima. A chave para um bom atendimento na odontopediatria é saber se comunicar com a criança antes, durante e depois dos procedimentos.

Mostrar de forma lúdica, porque é preciso cuidar dos dentes, ou fazer um tratamento específico é uma ótima forma de se comunicar com a criança. Isso ajuda a tornar todo esse processo mais tranquilo, evita traumas futuros, e deixa a criança mais confortável no consultório.

Isso também ajuda na relação dentista-paciente, ainda mais importante nessas primeiras visitas ao dentista. 

Deixe a criança se habituar ao ambiente

Essa etapa também é essencial para que o atendimento na odontopediatria seja um sucesso. A criança precisa se habituar ao ambiente, e claro, as pessoas que estão ao seu redor. 

Deixar a criança à vontade no espaço, responder suas perguntas e tirar suas dúvidas faz com que o atendimento flua de forma mais orgânica. Portanto, tire um tempo para que o pequeno conheça o consultório.

Acredite ou não, essa etapa faz toda a diferença na hora do atendimento clínico, e claro, nas próximas visitas dele à sua clínica.

Use palavras de incentivo

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Durante o atendimento clínico, é normal que a criança se sinta desconfortável em algum momento. Afinal, sabemos que procedimentos odontológicos podem ser dolorosos. Mas para que o tratamento não fique pela metade, é importante incentivar a criança.

Usar expressões que trazem conforto ao paciente nesse momento é essencial para que o procedimento seja feito de forma completa, e que não cause traumas. 

Essa também é uma técnica de manejo comportamental não farmacológica. Dessa forma, aqui podem ser incluídos reforços positivos, elogios verbais, prêmios, entre outras frentes.

Converse com os pais ou responsáveis

Por último, mas não menos importante, converse com os pais ou responsáveis pela criança. 

É importante entender com eles qual o motivo da consulta, porque eles procuraram o seu serviço, além de saber se a criança já passou por algum outro profissional ou fez outro procedimento. Isso claro, se for a primeira vez que ela vai até o seu consultório.

Outro passo importante é usar os pais ou responsáveis como exemplo. Muitos odontopediatras costumam examinar os pais na frente dos filhos para que assim eles quebrem alguma barreira que cause medo ou receio.

É uma técnica que pode render bons frutos, especialmente com crianças menores. Portanto, os pais precisam fazer parte da consulta e trazer também esse conforto para os filhos.

Por fim,

Chegamos ao fim de mais um conteúdo aqui no Blog Dental Office. Vimos aqui algumas dicas para atender crianças na odontopediatria. Se você é ou pretende seguir nessa especialidade, esperamos que esse post tenha sido de grande ajuda.

Lembre-se que a chave da odontopediatria é o atendimento humanizado. Quer saber mais sobre esse assunto? É só baixar nosso e-book gratuito aqui embaixo: 

Se você gostou, não deixe de compartilhar com os colegas de profissão, e claro, com a equipe aí da sua clínica. Afinal, sempre podemos aprimorar o nosso atendimento, não é mesmo?

Agradecemos a sua leitura e até a próxima!

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