A Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal foi instituída em 2015, pela Lei nº 13.230/2015, como forma de reforçar a importância do diagnóstico precoce do câncer de boca, também conhecido como câncer de lábio e de cavidade oral.
Sempre celebrada na primeira semana de novembro, o objetivo da data é estimular ações preventivas e campanhas educativas relacionadas à doença e promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral aos portadores desse tipo de câncer.
A campanha também visa apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol do controle da doença e propagação dos avanços técnicos-científicos.
Mas, qual é o papel do dentista na prevenção do câncer de boca? Como o profissional pode ajudar no diagnóstico precoce da doença?
Para esclarecer suas dúvidas, leia o conteúdo e entenda como você tem um papel fundamental na identificação e no tratamento.
Contudo, antes de tratarmos desses aspectos, precisamos ter uma visão geral sobre o assunto. Por esse motivo, entenderemos qual é o perfil do paciente, o que é o câncer de boca, quais são os sintomas e os fatores de risco da doença.
Qual é a importância da informação para o paciente?
Como o dentista se torna um aliado na prevenção do câncer de boca?
Qual é o perfil do paciente com câncer de boca?
O câncer de boca pode atingir as pessoas independentemente do gênero, porém, é uma doença mais comum entre os homens. Já em relação à faixa etária, é mais recorrente a partir dos 40 anos de idade.
Para cada ano do triênio de 2020 a 2022, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou 11.180 casos novos da doença em homens e 4.010 em mulheres.
Inclusive, a nível mundial, o Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior incidência de casos de câncer bucal, como revelou uma pesquisa da Revista Brasileira de Cancerologia
Como estamos falando de uma doença silenciosa, é normalmente diagnosticada já em sua fase mais avançada. Portanto, o dentista exerce um papel fundamental tanto na prevenção quanto no diagnóstico precoce da doença.
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O que é o câncer de boca?
Também conhecido como carcinoma epidermóide e carcinoma escamocelular, o câncer de boca é um tipo maligno da doença e mais comum no tecido epitelial.
Como é uma patologia bastante complexa, o dentista que não tiver conhecimento o suficiente sobre o assunto pode ter dificuldades em diagnosticar um caso.
A maioria deles acontecem na região da língua e no assoalho bucal. Porém, é mais comum que a doença esteja localizada na mucosa jugal em pessoas acima dos 60 anos de idade.
Nesse sentido, a localização anatômica influencia no prognóstico e no comportamento clínico.
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Sintomas e sinais
Mesmo sendo uma doença de difícil diagnóstico nas fases iniciais, alguns sintomas e sinais na cavidade bucal podem ajudar na sua identificação. O Ministério da Saúde demonstra que entre eles estão:
- Lesões (feridas) na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias, que podem apresentar sangramentos e estejam crescendo
- Manchas e/ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochechas
- Nódulos (caroços) no pescoço
- Rouquidão persistente
Já no estado mais avançado do câncer de boca, outros sintomas também podem aparecer, como:
- Dificuldade de mastigar e de engolir
- Dificuldade na fala
- Sensação de que há algo preso na garganta
- Dificuldade para movimentar a língua
Fatores de risco
Alguns hábitos podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Entre eles estão fumar, consumir bebidas alcoólicas em excesso, má condição de higiene bucal, excesso de gordura corporal ou até mesmo a exposição ao vírus HPV.
Além disso, a exposição ao sol sem a devida proteção também é um risco para o câncer de lábios, assim como a exposição a certos agentes como:
- Óleo de corte
- Amianto
- Poeira de madeira, couro e cimento
- Poeira de cereais e têxtil
- Formaldeído
- Sílica
- Fuligem de carvão
- Solventes orgânicos
- Agrotóxico
Nesse sentido, trabalhadores que realizam a manipulação dos agentes mencionados acima podem apresentar risco aumentado de desenvolver a doença.
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Qual é o papel do dentista nesses casos?
A prevenção do câncer de boca deve ser feita rotineiramente. Isso porque o Conselho Federal de Odontologia (CFO) revelou que, quando a doença é descoberta no estágio inicial, a chance de recuperação do paciente é de 95%. Já em estágios mais avançados, a mesma chance cai para 45%.
Portanto, detectar a doença de forma precoce pode ser decisivo para o prognóstico do paciente, uma vez que o câncer bucal muitas vezes é identificado em seu estágio mais avançado, como vimos anteriormente.
Então, estar bem preparado para reconhecer os sinais e agir no momento certo pode fazer toda a diferença na vida dos seus pacientes. Durante as consultas de rotina, por exemplo, é possível realizar o exame físico para identificar a presença de lesões e tumores na boca.
Caso você se depare com os primeiros sinais, existem três possibilidades para proceder:
- Fazer uma biópsia para chegar a um resultado mais conclusivo sobre o caso
- Encaminhar para um estomatologista
- Levar o caso para um cirurgião de cabeça e pescoço que irá definir o melhor tratamento para o paciente
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Qual é a importância da informação para o paciente?
Quando o câncer bucal é identificado em sua fase inicial, as chances de cura chegam quase aos 100%, como vimos anteriormente.
Sendo assim, além do diagnóstico precoce, outras medidas são decisivas para garantir a saúde e o bem-estar dos seus pacientes.
Uma delas seria o diálogo aberto sobre os possíveis riscos do cigarro e das bebidas alcóolicas em excesso ou a importância de uma dieta rica em alimentos saudáveis, boa higiene oral. São atitudes simples, porém, diminuem as chances de desenvolver a maioria das doenças malignas, inclusive o câncer de boca.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, estima que a prevenção pode ajudar a reduzir sua incidência em até 25% até o ano de 2025.
Por esse e outros motivos, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) recomenda que os pacientes realizem consultas periódicas, a cada seis meses, com o dentista.
Vale ressaltar que o câncer bucal é diagnosticado, de fato, pelo cirurgião de cabeça e pescoço. Nesse caso, se o dentista percebe algum sinal suspeito, deve encaminhar o paciente para o médico responsável.
O diagnóstico é feito através da biópsia e do exame anátomo-fisiológico, que junto ao exame clínico, fatores de risco e condição clínica do paciente, auxiliam na construção do tratamento mais adequado.
Como o dentista se torna um aliado na prevenção do câncer de boca?
Por fim, conseguimos compreender um pouco mais sobre a importância da realização do diagnóstico precoce do câncer de boca. Também exploramos qual é o papel do dentista nesse aspecto, afinal, a prevenção começa na sua cadeira.
Então, reforce com os seus pacientes a importância da adoção de hábitos saudáveis e visitas regulares ao seu consultório. Para isso, é primordial sempre oferecer atendimento humanizado e garantir a saúde e o bem-estar.
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