A odontopediatria é uma especialização da odontologia dedicada à saúde bucal de bebês, crianças e adolescentes. Seu principal objetivo é prevenir e tratar doenças bucais, garantindo que o desenvolvimento dos dentes aconteça de forma saudável e sem complicações.
Com amplo espaço no mercado de trabalho, a odontopediatria atende um público numeroso e que exige cuidados específicos. Atuar com crianças requer abordagens diferentes das aplicadas em adultos. É preciso unir técnica, empatia e comunicação lúdica para conquistar a confiança dos pequenos pacientes e de seus responsáveis.
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Sumário
- O que é Odontopediatria?
- Quais procedimentos um odontopediatra realiza?
- Qual é a importância da Odontopediatria?
- Quais são as vantagens de se especializar em Odontopediatria?
- Como fazer uma clínica odontopediatra para atrair e fidelizar mais pacientes?
- Atendimento odontopediátrico especializado
- O manejo comportamental na odontopediatria
- Dicas para tornar a consulta mais leve para crianças e bebês
O que é Odontopediatria?
A odontopediatria é a área responsável por cuidar da saúde bucal de bebês, crianças, adolescentes e gestantes. O odontopediatra acompanha o paciente desde o pré-natal odontológico, quando orienta a gestante sobre os primeiros cuidados, até o final da adolescência.
Essa especialização exige formação completa em odontologia antes da habilitação específica. Por isso, o odontopediatra tem as mesmas competências clínicas de um cirurgião-dentista, mas com foco em técnicas e abordagens adaptadas ao público infantil.
Trata-se de uma especialidade integrada, que engloba procedimentos:
- Cirúrgicos e endodônticos (como tratamentos de canal em dentes decíduos).
- Restauradores e ortopédicos (correção de más oclusões e fraturas).
- Preventivos, com foco em higiene e hábitos saudáveis desde cedo.
O principal objetivo da odontopediatria é formar bons hábitos de saúde bucal e mostrar à criança a importância do cuidado com os dentes. Assim, promove-se a prevenção de doenças bucais e o desenvolvimento de uma relação positiva com o dentista.
Para que o tratamento tenha sucesso, é fundamental que pais e responsáveis participem ativamente. O acompanhamento familiar ajuda a reforçar os cuidados em casa, reduzir medos e melhorar o comportamento da criança durante as consultas.
Leia também: O que é Estomatologia? Saiba tudo sobre essa especialidade odontológica
Quais procedimentos um odontopediatra realiza?
Entre os principais procedimentos realizados na odontopediatria, estão:
- Orientação de gestantes: acompanhamento durante o pré-natal odontológico para prevenir infecções bucais e transmitir hábitos saudáveis à mãe e ao bebê.
- Educação sobre os cuidados bucais do bebê: explicações sobre higiene da gengiva, uso de chupeta, amamentação e erupção dos primeiros dentes.
- Monitoramento dos dentes de leite: observação da erupção, crescimento e queda natural desses dentes.
- Acompanhamento da dentição permanente: controle do surgimento dos dentes definitivos e verificação de possíveis desalinhamentos.
- Prevenção e tratamento de problemas bucais infantis: aplicação de flúor e selantes, remoção de cáries, restaurações e tratamentos minimamente invasivos.
- Educação e conscientização infantil: ações educativas em escolas e instituições, ensinando técnicas corretas de escovação e higiene bucal de forma lúdica.
A prevenção é o principal pilar da odontopediatria. O acompanhamento desde os primeiros anos de vida permite detectar e corrigir precocemente alterações na arcada dentária, evitando complicações na fase adulta.

Qual é a importância da Odontopediatria?
Assim como o pediatra acompanha o desenvolvimento físico e emocional da criança, o odontopediatra é essencial para garantir um crescimento bucal saudável desde os primeiros meses de vida.
A odontopediatria permite monitorar a erupção dos dentes de leite, orientar sobre higiene e alimentação adequada e prevenir problemas futuros, como cáries, má oclusão e doenças gengivais.
Os problemas dentários infantis podem se manifestar logo nos primeiros anos, por isso, a primeira visita ao odontopediatra deve acontecer entre os 6 meses e 1 ano de idade. Esse acompanhamento precoce é fundamental para detectar alterações e estabelecer bons hábitos desde cedo.
Outro ponto essencial da odontopediatria é o manejo comportamental infantil. O profissional é treinado para lidar com o medo e a ansiedade das crianças durante o atendimento, utilizando técnicas lúdicas e acolhedoras que transformam a consulta em uma experiência positiva e divertida.
Dessa forma, o odontopediatra contribui não apenas para a saúde bucal, mas também para a formação de uma relação saudável com o dentista, diminuindo traumas e evitando a resistência a tratamentos na vida adulta.
Leia mais: Odontofobia e ansiedade odontológica: como atender pacientes com medo de dentista
Quais são as vantagens de se especializar em Odontopediatria?
Se você está em dúvida se a odontopediatria é a especialidade certa para o seu futuro profissional, vale conhecer os principais benefícios dessa carreira. Confira a seguir as vantagens de se tornar um odontopediatra:
1. Ser o primeiro dentista na vida dos pacientes
O odontopediatra é, muitas vezes, o primeiro profissional de saúde bucal a atender a criança. Isso significa que você terá a oportunidade de formar vínculos de confiança e ajudar a construir uma relação positiva com o dentista.
2. Conquistar um público fidelizado
Quando o atendimento é acolhedor e lúdico, os pequenos pacientes tendem a retornar regularmente às consultas. Além disso, muitos mantêm o vínculo até a vida adulta, garantindo uma base sólida e fiel de pacientes ao longo dos anos.
Leia também: Odontopediatria: Como atender crianças na odontologia?
3. Aproveitar o poder do marketing boca a boca
A satisfação das famílias gera recomendações espontâneas. O marketing boca a boca é uma das formas mais eficazes de divulgar sua clínica odontopediátrica, já que pais e responsáveis costumam indicar profissionais de confiança para outros conhecidos.
4. Potencializar outras especialidades da clínica
Se você atua em uma clínica com múltiplas especialidades, a odontopediatria pode funcionar como porta de entrada. Com o crescimento dos pacientes, é comum encaminhá-los para ortodontia, dentística, endodontia, entre outras áreas.
Como fazer uma clínica odontopediatra para atrair e fidelizar mais pacientes?
Para ter uma clínica odontopediátrica de sucesso é preciso atentar-se em algumas questões, principalmente em relação ao ambiente físico e ao atendimento, veja só:
Ambiente físico inclusivo para as crianças em seu consultório odontopediátrico
O ambiente físico é muito importante para o atendimento odontológico das crianças.
Além do dentista ser adaptável no atendimento, sabendo lidar com diversos tipos de pacientes, o consultório e clínica também necessitam ser adaptáveis a cada tipo de paciente, sendo uma necessidade que muitos dentistas notam atualmente.
As crianças, geralmente, quando vão ao dentista estão inseguras, estão com medo. Porém, para ter um atendimento inesquecível você terá que aplicar alguns critérios de inclusão no espaço físico, como:
- Espaço Kids: determine um local físico para as crianças ficarem à espera. Esse local deve ser perto da sala de espera ou dentro da sala de espera. O objetivo é um local onde possa entretê-las.
Nesse espaço coloque brinquedos, uma mesa ou lousa, lápis e papel para desenharem. Assim, a probabilidade de que elas fiquem entediadas é mínima.
- Atenção com mobília: tenha atenção no momento de escolher as mobílias do consultório, pois existem aquelas crianças frenéticas que correm de lá pra cá. É preciso muito cuidado, já que elas podem sofrer acidentes nos móveis.
Para evitar isso, substitua as cadeiras e sofás com pontas, adquira móveis que sejam fáceis de limpar, analise as prateleiras do consultório e veja se está ao alcance das crianças.
- Ter um fraldário: ter uma clínica inclusiva para as crianças é muito importante oferecer um fraldário.
Assim os pais reconheceram o cuidado que o consultório têm com as crianças e não terão dúvidas em levar os filhos novamente à sua clínica. Lembre-se de construir seu fraldário não apenas no banheiro feminino, já que os pais também precisam trocar seus filhos.
Atendimento odontopediátrico especializado
A equipe odontológica da sua clínica precisa estar preparada para lidar com as crianças das mais variadas faixas etárias. Afinal, uma clínica de odontopediatria pode atender desde bebês até pré-adolescentes.

Segundo as fases do desenvolvimento social infantil, trazidas por Jean Piaget, algumas características são esperadas de crianças de acordo com a sua idade. Vamos a elas:
- De 0 a 2 anos: chamado de estágio sensório-motor. Nesse estágio as ações ocorrem antes do pensamento e da exploração manual e visual do ambiente. Essas ações podem ser agarrar, sugar, bater e chutar.
- De 2 a 6/7 anos: estágio pré-operacional. A criança necessita saber o porquê de cada ação. É desenvolvida a expressão da linguagem. Não há diferenciação entre o mundo real e a fantasia. Idade mais inflexível e egocêntrica. Dificuldade em aceitar outras opiniões.
- De 6/7 – 11/12 anos: operações concretas. A criança consegue se solidarizar e viver em grupo. O pensamento lógico é desenvolvido se houver objetos concretos disponíveis ou se experiências sofridas forem relembradas. É aberta ao diálogo.
- De 11/12 anos em diante: a bstração total. Cognitivamente, a criança alcançou o seu mais elevado nível de desenvolvimento. Está apta a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
Além disso, não é difícil encontrar crianças que têm pavor de dentistas e é exatamente por este motivo que o atendimento necessita de muita sensibilidade e cuidado. Destacamos algumas dicas para o momento do atendimento ou da consulta.
- Lidando com o medo: provavelmente, quando criança, você já teve medo de ir ao dentista ou ao médico, porque lembrou daquela seringa com a ponta gigantesca. Só de imaginar já doía.
Esse é um dos medos mais frequentes das crianças, o medo da dor. Para minimizar isso no momento de aplicar a anestesia, caso necessite, tente fazer analogias ao mundo infantil e procurar técnicas que ajudem nesse sentido.
O importante é entender a situação e ser o mais carismático possível. Por exemplo, se a criança chegou à consulta chorando tente acalmá-la com brincadeiras.
- Sensibilidade: é muito importante, antes de tudo, que você goste de trabalhar com crianças, porque nos diversos tipos de personalidades, o dentista encontrará barreiras que só podem ser ultrapassadas com sensibilidade e sem rigidez.
As crianças reconhecem quando estão sendo tratadas com carinho e respectivamente respondem a esse estímulo, de maneiras diferentes umas das outras.
- Envolver a criança no atendimento: quando você envolve a criança no giro do atendimento odontológico, percebe que os resultados são os melhores possíveis. E não é diferente com o paciente adulto, porque o engajamento gera resultados reais.
Separamos a seguir algumas dicas para envolvê-las (crianças) no atendimento odontológico:
- Distração: como já mencionamos, no momento da consulta a barreira mais comum entre as crianças é o medo e é por isso que distraí-la pode ajudar. Por exemplo, conte uma história antes da consulta onde as cáries são os “vilões” e o tratamento do herói.
- Recompensas: antes de iniciar a consulta você pode oferecer recompensas para ela ter um bom comportamento, utilize essa dica apenas quando a criança estiver agitada e atrapalhando o momento da consulta.
- Engajamento: você pode envolver a criança na consulta falando sobre os equipamentos que serão utilizados de maneira simples, explicando a utilidade desses instrumentos. Assim, você faz uma etapa de apresentação do equipamento e coloca-o em prática.
Classificando o comportamento da criança
Na odontopediatria, é muito utilizada a Escala de Padrão Comportamental de Venham para classificar o comportamento do paciente infantil. Essa escala varia de 0 a 4, vejamos a seguir:
Em alguns desses casos, dependendo da classificação na escala Venham, pode ser necessário o uso de técnicas não farmacológicas para adaptação do comportamento, ou então o uso de técnicas farmacológicas.
Vamos falar sobre isso no próximo tópico.
O manejo comportamental na odontopediatria
Dependendo do comportamento da criança, podem ser utilizadas técnicas farmacológicas ou não farmacológicas para tornar possível o atendimento odontológico.
As técnicas não farmacológicas envolvem habilidades comunicativas, como reforço positivo, palavras de incentivo, distração, comunicação visual, entre outras.
Já as técnicas farmacológicas podem envolver diferentes graus de sedação: mínima, moderada, profunda e anestesia geral. No entanto, essa técnica deve sempre ser levada aos pais ou responsáveis para permissão antes de aplicada, e deve constar no prontuário do paciente.
Dicas para tornar a consulta mais leve para crianças e bebês
Prepare a sua sala de espera
Antes de mais nada, é importante que sua sala de espera esteja preparada para receber as crianças, mas também os pais e responsáveis pelos pequenos. Esse provavelmente é o primeiro ambiente que a criança verá, e precisa ser atrativo para ela.
Por isso, ter brinquedos, lápis de colorir, folhas de sulfite para desenho, e até mesmo uma televisão com desenhos animados pode ser uma boa pedida para esse primeiro contato.
Outra frente importante é que seus colaboradores, seja a recepcionista ou secretária, também deixem a criança à vontade e saibam se comunicar com esse paciente. Afinal, a experiência da criança, assim como dos pais ou responsáveis começa desde a chegada a clínica.
Tenha uma comunicação lúdica
Essa é considerada uma das técnicas não farmacológicas que falamos um pouco mais acima. A chave para um bom atendimento na odontopediatria é saber se comunicar com a criança antes, durante e depois dos procedimentos.
Mostrar de forma lúdica, porque é preciso cuidar dos dentes, ou fazer um tratamento específico é uma ótima forma de se comunicar com a criança. Isso ajuda a tornar todo esse processo mais tranquilo, evita traumas futuros, e deixa a criança mais confortável no consultório.
Isso também ajuda na relação dentista-paciente, ainda mais importante nessas primeiras visitas ao dentista.
Deixe a criança se habituar ao ambiente
Essa etapa também é essencial para que o atendimento na odontopediatria seja um sucesso. A criança precisa se habituar ao ambiente, e claro, as pessoas que estão ao seu redor.
Deixar a criança à vontade no espaço, responder suas perguntas e tirar suas dúvidas faz com que o atendimento flua de forma mais orgânica. Portanto, tire um tempo para que o pequeno conheça o consultório.
Acredite ou não, essa etapa faz toda a diferença na hora do atendimento clínico, e claro, nas próximas visitas dele à sua clínica.
Use palavras de incentivo
Durante o atendimento clínico, é normal que a criança se sinta desconfortável em algum momento. Afinal, sabemos que procedimentos odontológicos podem ser dolorosos. Mas para que o tratamento não fique pela metade, é importante incentivar a criança.
Usar expressões que trazem conforto ao paciente nesse momento é essencial para que o procedimento seja feito de forma completa, e que não cause traumas.
Essa também é uma técnica de manejo comportamental não farmacológica. Dessa forma, aqui podem ser incluídos reforços positivos, elogios verbais, prêmios, entre outras frentes.
Converse com os pais ou responsáveis
Por último, mas não menos importante, converse com os pais ou responsáveis pela criança.
É importante entender com eles qual o motivo da consulta, porque eles procuraram o seu serviço, além de saber se a criança já passou por algum outro profissional ou fez outro procedimento. Isso claro, se for a primeira vez que ela vai até o seu consultório.
Outro passo importante é usar os pais ou responsáveis como exemplo. Muitos odontopediatras costumam examinar os pais na frente dos filhos para que assim eles quebrem alguma barreira que cause medo ou receio.
É uma técnica que pode render bons frutos, especialmente com crianças menores. Portanto, os pais precisam fazer parte da consulta e trazer também esse conforto para os filhos.
FAQ – Odontopediatria
1. Quando deve ocorrer a primeira consulta com o odontopediatra?
A primeira visita deve acontecer entre os 6 meses e 1 ano de idade, ou assim que surgirem os primeiros dentes. Esse acompanhamento precoce ajuda a prevenir cáries e orientar pais sobre higiene e hábitos saudáveis.
2. O odontopediatra também atende gestantes?
Sim. O profissional acompanha o pré-natal odontológico, orientando sobre prevenção de infecções bucais e cuidados que impactam diretamente na saúde da mãe e do bebê.
3. Por que a odontopediatria é tão importante?
Porque ela acompanha o crescimento bucal desde os primeiros meses, prevenindo problemas como cáries, má oclusão e doenças gengivais. Além disso, trabalha o manejo comportamental, reduzindo medo e ansiedade durante as consultas.
4. O que é manejo comportamental na odontopediatria?
É o conjunto de técnicas usadas para acolher e orientar a criança durante o atendimento, podendo envolver abordagens lúdicas, comunicativas ou farmacológicas (como sedação), dependendo do comportamento do paciente.
5. Como preparar um consultório para atender crianças?
Alguns elementos recomendados são:
- Espaço kids com brinquedos e atividades
- Móveis seguros e adequados
- Fraldário acessível
- Ambiente acolhedor e lúdico
6. Por que os pais devem participar das consultas?
Porque eles ajudam a reforçar os cuidados em casa, diminuem a ansiedade da criança e fornecem informações importantes sobre histórico, medos e experiências anteriores.
7. Quais são as vantagens de se especializar em odontopediatria?
- Ser o primeiro dentista na vida do paciente
- Construir vínculos e fidelização
- Fortalecer o marketing boca a boca
- Potencializar outras especialidades da clínica
8. Como tornar a consulta mais leve para crianças e bebês?
Algumas estratégias incluem:
- Sala de espera adaptada
- Comunicação lúdica
- Deixar a criança explorar o consultório
- Reforços positivos
- Conversar com pais ou responsáveis para entender expectativas e histórico
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