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Tratamentos periodontais: protocolos modernos e boas práticas baseadas em evidências

15/08/2025 Por Leticia Bessa 4 min. de leitura

Na odontologia contemporânea, a periodontia ocupa um papel central não apenas na preservação dos tecidos de suporte dental, mas também na integração com outras especialidades. A saúde periodontal influencia diretamente o sucesso e a longevidade de tratamentos em implantodontia, ortodontia, estética e reabilitação oral.

Doenças periodontais, como gengivite e periodontite, são altamente prevalentes, afetando uma parcela significativa da população adulta. Embora muitas vezes assintomáticas nas fases iniciais, podem levar à perda dentária e impactar negativamente a saúde sistêmica.

A prática clínica exige que dentistas dominem protocolos atualizados de tratamentos periodontais, combinando diagnóstico precoce, terapias baseadas em evidências e tecnologias modernas para garantir resultados previsíveis e sustentáveis.

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O que é a doença periodontal?

A doença periodontal é uma condição inflamatória crônica desencadeada pela presença de biofilme bacteriano subgengival. A resposta imunológica do hospedeiro, embora necessária para controlar a infecção, pode causar destruição colateral dos tecidos de suporte.

Fatores de risco modificáveis:

  • Higiene oral deficiente.
  • Tabagismo.
  • Alimentação desequilibrada e deficiência nutricional.
  • Estresse crônico e hábitos parafuncionais.

Fatores de risco não modificáveis:

  • Genética e suscetibilidade individual.
  • Idade avançada.
  • Condições sistêmicas como diabetes mellitus.

Além disso, alguns estudos apontam forte associação entre periodontite e doenças cardiovasculares, parto prematuro e controle glicêmico prejudicado. A inflamação periodontal sistêmica contribui para aumento de proteína C-reativa e outros marcadores inflamatórios.

Diagnóstico e classificação

O diagnóstico precoce é decisivo para evitar perdas irreversíveis e planejar tratamentos periodontais mais conservadores.

Parâmetros clínicos essenciais:

  • Profundidade de sondagem periodontal (PS): medida com sonda milimetrada para identificar bolsas periodontais.
  • Sangramento à sondagem (SS): marcador de inflamação ativa.
  • Nível clínico de inserção (NCI): avaliação da posição da gengiva em relação à junção cemento-esmalte.
  • Mobilidade dentária: classificada de grau I a III.

Exames complementares:

  • Radiografias periapicais e panorâmicas para avaliação de perda óssea.
  • Tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) para casos complexos.
  • Testes microbiológicos para identificação de patógenos específicos.

Quais são os principais tratamentos periodontais existentes?

Terapia não cirúrgica

Primeira linha de tratamento, indicada para a maioria dos casos iniciais a moderados.

  • Raspagem e alisamento radicular: remoção de cálculo e biofilme subgengival utilizando curetas manuais e aparelhos ultrassônicos. O alisamento reduz a rugosidade radicular, dificultando nova colonização bacteriana.
  • Controle químico: aplicação de antissépticos como clorexidina 0,12% ou 0,2%. Em casos específicos, uso de antimicrobianos locais (doxiciclina em gel) ou sistêmicos (amoxicilina associada ao metronidazol).

Terapia cirúrgica

Indicada quando a terapia não cirúrgica não é suficiente para controlar a doença ou quando há defeitos ósseos complexos.

  • Cirurgia ressectiva: redução de bolsas profundas e recontorno ósseo para facilitar higiene.
  • Cirurgia regenerativa: uso de enxertos ósseos autógenos, alógenos, xenógenos ou sintéticos, associados a membranas de barreira para regenerar tecidos periodontais perdidos.

Abordagens complementares e inovações

  • Laserterapia: lasers de diodo e Er:YAG podem auxiliar na descontaminação e biomodulação tecidual, reduzindo inflamação e acelerando reparo.
  • Terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT): combina fotossensibilizador e luz de baixa intensidade para eliminar bactérias resistentes.
  • Biomateriais de última geração: scaffolds bioativos e matrizes de colágeno para reconstrução gengival e óssea.
  • Inteligência Artificial no diagnóstico: softwares que interpretam imagens radiográficas para detectar sinais precoces de perda óssea.

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Manutenção periodontal

A fase de manutenção é tão importante quanto o tratamento ativo.

  • Intervalos de recall: variam de 3 a 6 meses, de acordo com o risco do paciente.
  • Educação do paciente: técnicas corretas de escovação, uso de fio dental e escovas interdentais.
  • Controle de hábitos nocivos: cessação do tabagismo, manejo de bruxismo.

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A evolução dos tratamentos periodontais nos últimos anos trouxe mais previsibilidade e melhores resultados funcionais e estéticos. O dentista que se mantém atualizado em protocolos clínicos, tecnologias e materiais de ponta está mais apto a oferecer soluções personalizadas, integrando a periodontia às demais especialidades da odontologia.

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