Na odontologia contemporânea, a periodontia ocupa um papel central não apenas na preservação dos tecidos de suporte dental, mas também na integração com outras especialidades. A saúde periodontal influencia diretamente o sucesso e a longevidade de tratamentos em implantodontia, ortodontia, estética e reabilitação oral.
Doenças periodontais, como gengivite e periodontite, são altamente prevalentes, afetando uma parcela significativa da população adulta. Embora muitas vezes assintomáticas nas fases iniciais, podem levar à perda dentária e impactar negativamente a saúde sistêmica.
A prática clínica exige que dentistas dominem protocolos atualizados de tratamentos periodontais, combinando diagnóstico precoce, terapias baseadas em evidências e tecnologias modernas para garantir resultados previsíveis e sustentáveis.
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O que é a doença periodontal?
A doença periodontal é uma condição inflamatória crônica desencadeada pela presença de biofilme bacteriano subgengival. A resposta imunológica do hospedeiro, embora necessária para controlar a infecção, pode causar destruição colateral dos tecidos de suporte.
Fatores de risco modificáveis:
- Higiene oral deficiente.
- Tabagismo.
- Alimentação desequilibrada e deficiência nutricional.
- Estresse crônico e hábitos parafuncionais.
Fatores de risco não modificáveis:
- Genética e suscetibilidade individual.
- Idade avançada.
- Condições sistêmicas como diabetes mellitus.
Além disso, alguns estudos apontam forte associação entre periodontite e doenças cardiovasculares, parto prematuro e controle glicêmico prejudicado. A inflamação periodontal sistêmica contribui para aumento de proteína C-reativa e outros marcadores inflamatórios.
Diagnóstico e classificação
O diagnóstico precoce é decisivo para evitar perdas irreversíveis e planejar tratamentos periodontais mais conservadores.
Parâmetros clínicos essenciais:
- Profundidade de sondagem periodontal (PS): medida com sonda milimetrada para identificar bolsas periodontais.
- Sangramento à sondagem (SS): marcador de inflamação ativa.
- Nível clínico de inserção (NCI): avaliação da posição da gengiva em relação à junção cemento-esmalte.
- Mobilidade dentária: classificada de grau I a III.
Exames complementares:
- Radiografias periapicais e panorâmicas para avaliação de perda óssea.
- Tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) para casos complexos.
- Testes microbiológicos para identificação de patógenos específicos.
Quais são os principais tratamentos periodontais existentes?
Terapia não cirúrgica
Primeira linha de tratamento, indicada para a maioria dos casos iniciais a moderados.
- Raspagem e alisamento radicular: remoção de cálculo e biofilme subgengival utilizando curetas manuais e aparelhos ultrassônicos. O alisamento reduz a rugosidade radicular, dificultando nova colonização bacteriana.
- Controle químico: aplicação de antissépticos como clorexidina 0,12% ou 0,2%. Em casos específicos, uso de antimicrobianos locais (doxiciclina em gel) ou sistêmicos (amoxicilina associada ao metronidazol).
Terapia cirúrgica
Indicada quando a terapia não cirúrgica não é suficiente para controlar a doença ou quando há defeitos ósseos complexos.
- Cirurgia ressectiva: redução de bolsas profundas e recontorno ósseo para facilitar higiene.
- Cirurgia regenerativa: uso de enxertos ósseos autógenos, alógenos, xenógenos ou sintéticos, associados a membranas de barreira para regenerar tecidos periodontais perdidos.
Abordagens complementares e inovações
- Laserterapia: lasers de diodo e Er:YAG podem auxiliar na descontaminação e biomodulação tecidual, reduzindo inflamação e acelerando reparo.
- Terapia fotodinâmica antimicrobiana (aPDT): combina fotossensibilizador e luz de baixa intensidade para eliminar bactérias resistentes.
- Biomateriais de última geração: scaffolds bioativos e matrizes de colágeno para reconstrução gengival e óssea.
- Inteligência Artificial no diagnóstico: softwares que interpretam imagens radiográficas para detectar sinais precoces de perda óssea.
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Manutenção periodontal
A fase de manutenção é tão importante quanto o tratamento ativo.
- Intervalos de recall: variam de 3 a 6 meses, de acordo com o risco do paciente.
- Educação do paciente: técnicas corretas de escovação, uso de fio dental e escovas interdentais.
- Controle de hábitos nocivos: cessação do tabagismo, manejo de bruxismo.
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A evolução dos tratamentos periodontais nos últimos anos trouxe mais previsibilidade e melhores resultados funcionais e estéticos. O dentista que se mantém atualizado em protocolos clínicos, tecnologias e materiais de ponta está mais apto a oferecer soluções personalizadas, integrando a periodontia às demais especialidades da odontologia.
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